1o. de Abril. 2020. 4a feira.
Pelo tzolkin (contagem de tempo Maia), Noite elétrica azul. Onda encantada do Dragão Magnético.
Lua Crescente. Outono.
Acabei de ler um texto inspirador no Facebook da Helena Iguarias Artesanais. Falava de colheitas. E do caráter inevitável que elas têm (elas sempre vêm, a gente querendo ou não). No caso deles, chuchu, amor e saudades. O chuchu, presente da mãe natureza. O amor e as saudades, resultados de valiosos relacionamentos construídos com clientes e amigos, que se mantêm vivos apesar do isolamento físico, só esperando as trocas virtuais poderem se tornar físicas de novo.
Lindo o aprendizado que o tempo, os ciclos da vida, e também os nossos movimentos, nos trazem. Estamos em tempos de colheita e finalizações (outono), e ao mesmo tempo em renovações e recomeços (novo ano astrológico, nova estação do ano, novo ciclo do tzolkin…). Tudo tendo que ser vivido em reclusão. Como se o universo nos sentasse na cadeirinha de pensar: “queridx, hora de parar a bagunça e arrumar a confusão que vc fez. Senão, amanhã a brincadeira não pode continuar.”
No final do texto a Anna e o Rafa deixaram uma questão: “queremos saber o que vcs também estão colhendo.” Fez retomar reflexões sobre o que eu tenho colhido, não só como resultado do confinamento, mas também de recentes escolhas de vida. Como todo mundo, já passei por colheitas bem ruins. E outras muito abundantes. Mas é recente isso de parar pra observar e avaliar (a idade ajuda… rsrsrsrs). Não aprendemos isso na prática. Nem sequer percebemos o valor que isso tem. Se existisse esse hábito, nossas colheitas talvez nos deixassem mais felizes. Especialmente num momento como esse, em que a vida decide que uma lição coletiva precisa ser aprendida: viver apenas com nós mesmos e os que (em teoria) mais amamos. Repetindo a Anna e o Rafa de novo: não tem pra onde correr: a colheita da vida é inevitável. O que plantamos, vamos colher.
Percebo o quanto minhas colheitas podem melhorar (sempre podem), mas preciso reconhecer o quanto estão também me fazendo feliz. E o quanto preciso agradecer por isso!
Mudanças nos critérios de avaliação têm produzido grandes efeitos na hora de fazer os plantios. Tenho escolhido com mais cuidado as sementes que quero plantar, pensando no que eu quero (de verdade) que cresça no meu jardim. Claro que isso não garante os resultados. Cada escolha traz junto seus desafios. O que importa é que vejo crescimento e evolução. O que tenho colhido me alimenta, me nutre e tem deixado meu coração mais feliz. O que me diz que o sistema tem funcionado bem. Por hora seguimos assim.
P.S.: obrigada Anna e Rafa pela inspiração.